O uso de computadores no ambiente de trabalho pode causar sérios problemas de visão nos trabalhadores

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O uso constante do computador, seja no ambiente de trabalho ou em casa, tem se tornando cada vez mais, uma prática muito comum no dia-a-dia das pessoas. Dados de um estudo recente, realizado para avaliar os problemas causados aos usuários devido ao tempo elevado em que ficam expostos ao brilho intenso emitido pelos monitores, apontam que muitos brasileiros apresentam sintomas visuais da Síndrome de Visão do Computador. Segundo o estudo, os principais sintomas são: perda do foco da visão, olhos ardentes e cansados, olhos vermelhos, visão dupla e turva, além de movimentos involuntários dos olhos.

De acordo com os dados de uma pesquisa, nos Estados Unidos, aproximadamente, 70% dos adultos já sofrem com os males causados por essa síndrome. No Brasil, a estimativa está em torno de 15% de usuários afetados. Ainda segundo especialistas, é muito importante que os usuários de computadores fiquem atentos a essa questão, considerando também, que os sintomas podem reduzir a produtividade dos trabalhadores e ainda causar sérios desconfortos durante e após as jornadas de trabalho.

Já que nos dias atuais não existe a mínima possibilidade dos trabalhadores executarem determinadas funções sem o auxílio dos computadores, é fundamental que as empresas estabeleçam novas alternativas para evitar ou para, pelo menos, amenizar o surgimento de sérios problemas de visão em seus funcionários.

Em primeiro lugar é importante que se faça uma avaliação criteriosa do tempo em que os funcionários ficam expostos à intensidade da luz e do brilho emitidos, assim como, a maneira como interagem com as telas dos computadores.

Conforme destaca Marcello Colombo Barbosa, que é professor doutor em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo e diretor do Hospital Oftalmológico Visão Laser, em Santos, é possível amenizar esse problema visual, que traz muito desconforto aos usuários, principalmente, após um dia exaustivo de trabalho. “O ideal é que os usuários façam pausas a cada 1 hora, de 10 a 15 minutos. Essas pausas são muito importantes para que o usuário possa piscar com mais frequência, pois, normalmente, piscamos 30 vezes por minuto, mas enquanto estamos de frente para a tela de um computador, a frequência diminui para nove vezes por minuto, provocando um ressecamento nos olhos”.

Outra recomendação de Barbosa se refere à distância mantida entre o usuário e a tela. “A acomodação ideal para reduzir o desconforto é em torno de 50 a 60 centímetros. Essa mesma distância deve ser respeitada quando o usuário estiver em frente à tela de um smartphone ou tablet.  A luminosidade destes dispositivos, naturalmente, causa um desconforto à visão”.

O especialista, também chama a atenção dos usuários para a iluminação do ambiente de trabalho. Em locais  escuros, nossas pupilas ficam ainda mais dilatadas e, com isso, recebem diretamente a luminosidade do monitor. “Isso é altamente prejudicial, principalmente, quando os usuários têm o costume de trabalhar por muito tempo em ambientes escuros”.

Recomendações

Para os trabalhadores que já apresentam sintomas da síndrome, é importante que procurem, imediatamente, um especialista para uma avaliação do problema. “A avaliação com um oftalmologista é imprescindível, principalmente para aqueles que já usam óculos, que também podem sentir esse e outros desconfortos resultantes da mudança de grau”, comenta Barbosa.

Para as pessoas que já usam lentes de contato, o cuidado deve ser ainda maior, pois além de estarem mais propícias ao desenvolvimento da síndrome, a tendência é que, nesses casos, os olhos fiquem ressecados com mais facilidade.

Outra ação de prevenção que pode ser adotada pelas empresas e trabalhadores é a realização de uma avaliação no ambiente laboral, para possíveis ajustes ergométricos que devem ser feitos na ambiente laboral. A postura e a altura dos olhos em relação à tela do computador pode aliviar o desconforto da vista cansada. Nesse caso, os olhos devem alcançar a tela sem que você precise abaixar ou levantar o pescoço.

Texto redigido pela Assessoria de Comunicação da
Ocupacional Medicina e Engenharia de Segurança do Trabalho

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